quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

2007


Um excelente Natal para todos e um 2007 repleto de Cumes conquistados!


Boas Festas!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Ser descontente é ser homem

Cruzei-me esta semana com um texto delicioso, perfeitamente enquadrado no espírito desta viagem, que não resisto em partilhar.

Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer da asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar.

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raíz
Ter por vida a sepultura.

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

in Mensagem “O Quinto império”
Fernando Pessoa 1933

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

29º mágico momento


A história repete-se mas o contador de tempo não. Ontem 03 de Dezembro foi o meu 29º mágico momento, na forma de aniversário, celebrado, desta feita, entre amigos, pela primeira vez no novo espaço próprio.

Obrigado a todos os que se lembraram e me presentearam com a presença, com um sms, um telefonema, ou mail, ontem ou ainda hoje. É bom ter amigos.


"- Sabes onde é que estão os amigos fixes, mas mesmo muito fixes, mesmo, mesmo, daqueles fixes… epá fixes? Aqueles amigos que tu olhas para eles e dizes”Epá estes amigos são mesmo, mesmo fixes!” Sabes onde é que eles estão, esses amigos tão fixes que até chateiam porque são fixes, os marotos? Sabes onde é que eles estão ? Sabes, sabes, SABES ?!
- Não!
- Estão aqui a ler este post!"

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Consulta do Viajante

21/11/2006 - 16h
Hospital de S. João - Serviço de Doenças Infecciosas.
À primeira vista o espaço assusta, mas é também aqui que temos acesso à "Consulta do Viajante", consulta esta recomendada, mas não obrigatória para destinos exóticos como o Quénia/Tanzânia. Embora as regras digam que a "Consulta do Viajante" deva ser feita a apenas 2 meses antes da dita, optamos por antecipar e confirmar desde já a actualização do nosso boletim clínico.


Foi mais um passo na preparação da viagem. Para aquilo que queremos fazer, ficamos a saber que vamos ter de tomar vacinas para: Hepatite A, Hepatite B, Febre Amarela e Malária. Levamos ainda no bolso kit de emergência para diarreias com e sem febre e comprimidos para aliviar os efeitos da altitude (em inglês: DIAMOX).

Esta consulta, além da profilaxia das vacinas reveste-se de um forte dose de aconselhamento e, como tal, o papel do/a médico/a é um tanto ou quanto alarmista, o que nos deixa um tanto ou quanto apreensivos face aos perigos que potencialmente iremos estar expostos. Apesar disso, gostei dos 30 min lá passados, por partilhar e ouvir desejos e receios. Outra boa surpresa foram os conselhos para altitude. A Dra Cândida e a Dra Sofia (estagiária) foram excelentes no aconselhamento também a este nível.

Consultas
Hospital S. João, Porto (serviço de doenças infecciosas)
tel.: 225 512 100/200

Vacinas
Centro de Saúde de Guindais - Porto
tel.: 222 002 540
asbatalha@srsporto.min-saude.pt

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Princípios do Treino

Os princípios fundamentais do treino ou "leis" do treino são um conjunto de pressupostos, comprovados cientificamente, em que se baseiam os meios e métodos de treino que actualmente se desenvolvem. O essencial é o seguinte:

Princípio da Continuidade - para melhoria da capacidade física, é necessário que os estímulos fornecidos ao organismo através do treino aconteçam regular e repetidamente, com periodicidade determinada pela adaptação pretendida. A obrigatoriedade da continuidade do processo de treino deve-se a um processo denominado "super-compensação", que consiste no aumento de uma determinada capacidade (em relação ao nível anterior ao estímulo), após um período de recuperação. Se não houver continuidade e deixarmos o fenómeno de super-compensação regredir, perdemos os benefícios do treino anterior.

Princípio da Progressão ou Sobrecarga - nesta fase "super-compensatória" deve então aproveitar-se para a aplicação de um novo estímulo que pode (e normalmente deve...) ser mais intenso. A super-compensação permite assim que a "carga de treino" aumente progressivamente e, com ela, a capacidade física. Se se mantiver inalterada a carga de treino, chegamos a um ponto em que o esforço que realizamos já não é suficiente para provocar novas adaptações (porque o nosso organismo já se adaptou a ele) e deixamos de evoluir.

Princípio da Reversibilidade - o treino provoca adaptações, mas estas não se mantém no tempo após a interrupção do processo. Podemos dizer que as alterações a nível local (celular e tecidual) demoram algumas semanas a acontecer e também não se mantêm por mais do que algumas semanas. As adaptações "centrais" (a nível cardíaco, pulmonar, etc.) demoram mais tempo a formar (um ou mais meses) e também permanecem durante mais tempo após a interrupção do treino. A reversão destas adaptações ao esforço, tal como o seu aparecimento, acontece de forma gradual.

Princípio da Individualização - o processo de treino, tal como qualquer processo de adaptação, é um processo muito individualizado. O motivo destas diferenças prende-se com factores genéticos e/ou biológicos e com as vivências anteriores de cada indivíduo.

Princípio da Especificidade - O treino de uma determinada qualidade física não acarreta obrigatoriamente melhorias nas restantes. Isto acontece devido aos diferentes processos bioquímicos envolvidos. Para além disto, o treino efectuado com um tipo de exercício (corrida) não implica melhorias equivalentes em outros exercícios (ciclismo ou natação), mesmo que se trabalhem as mesmas qualidades físicas. Neste caso, as diferenças ficam a dever-se essencialmente à especificidade do movimento, que recruta diferentes grupos musculares e em proporções também diferentes, de exercício para exercício.

in Adesnivel - "Treino e Montanha"

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Porto - Nairobi - Porto


Está confirmada a viagem!

Partida: 20/02/2007, dia de Carnaval.
Regresso: 11/03/2007.

Para lá vamos com a KLM, via Amesterdão; para cá regressamos com a AirFrance via Paris, tudo com início/fim no aeroporto Sá Carneiro, à distância de um Metro lá de casa!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Sisha Pangma

Bruno Carvalho,
fazia parte da equipa do João Garcia, naquela que foi a primeira expedição inteiramente portuguesa a uma montanha com mais de 8000m de altitude: o Sisha Pangma com 8013m (o mais baixo dos 8 mil). Da equipa, apenas o Bruno, o João, o Rui e um Sherpa chegaram lá acima. Mas o Bruno não desceu mais, ficou na montanha!

O risco é imenso e bem conhecido. No caso do Sisha Pangma, o risco de morte é 9,45% sendo até mais alto que o do Everest (9,30%). Percebo bem o porquê deste risco imenso, que põe o homem no seu devido lugar, face à força da natureza. Faça-se o justo tributo ao Bruno e recorde-se a emoção vivida pela expedição.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Uma verdade inconveniente


Nos guias e documentação que tenho andado a ler, é dito: "O monte Kilimanjaro deixará de ter glaciares, dentro de 10 anos"; Al Gore também refere isso no filme. Se assim é, preocupa-me! O exotismo de uma montanha nevada em solo Africano, é um fenómeno que nos exalta os sentidos, faz-nos sonhar! Num acto egoísta q.b. leva-me a reforçar a vontade de lá ir ainda mais. Seremosnós das últimas pessoas a ver e tocar na neve do Kilimanjaro? Oxalá que não!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Um outro ponto de vista

Caros amigos!

Não me agradava a ideia da ausência de palavras durante esta semana e, por isso, desta vez, aventurei-me nestas andanças. Claro que estou a ser paga… sim, porque as minhas belas palavras nunca poderiam ser gratuitas. Brevemente o basto ficará na penúria hahahahahahahah e eu terei imenso money para subir ao Kili(manjaro) e subir e voltar a subir.

Pois é… o nosso amigo Kili! E ele é cá um danado… não deixa qualquer um trepar por ele acima… ohoh Faz-se difícil! E cá entre nós, faz ele muito bem. Não tinha piada se fosse fácil, não acham?! Mas por outro lado… é um risco! É um grande investimento que vamos fazer e não temos quaisquer garantias de que iremos conseguir. E quando falo em “grande investimento” não me refiro apenas ao financeiro, refiro-me também ao treino fisico, à pesquisa sobre o melhor trilho, aos emails trocados com as pontenciais agências de viagens, à conversa com o novo chefe pedinchando os dias de férias aos quais ainda não tenho direito, etc etc… É todo um imaginário que se vai criado à volta da ascensão do imponente, fantásico, magnífico e lindo Kilimanjaro! Deve assemelhar-se à preparação de um casamento (sem querer ferir susceptibilidades). Mas e se não conseguimos? E se um de nós não consegue?

A ascensão não dá muita margem de manobra para a adaptação individual de cada um. O tempo disponível não permite que cada indivíduo tenha tempo de se adaptar à altitude e a todos os outros factores que influenciam o metabolismo do nosso organismo. E o grupo terá que continuar… O treino físico que estamos a fazer vai concerteza ajudar a que consigamos ter mais resistência e a facilitar a nossa ascensão. Mas e a parte psicológica?! Como é q se treina?! Sim… porque teremos que ser fortes… não vai haver esquinas para pensarmos “são só mais 3 esquinas”. O monte será íngreme e a aproximação ao cume será lenta, muito lenta! Como treinamos a psique para resistir a um esforço físico tão grande? Alguém tem respostas? Que parte será mais importante, a física ou a psicológica? Mas para além do Kili há outras coisas… Há um povo fantástico para descobrir, há acções humanitárias para desenvolver, há belíssimos animais para conhecer, há sabores para experimentar, há cheiros para explorar, há sons para lembrar, há fotos para tirar, há …, há… O cume lá estará à nossa espera e isso será, tenho a mais pura certeza, uma das mais fantásticas experiências das nossas vidas. Mas, cá em baixo, o mundo espera-nos, e não será por certo menos emocionante. E vocês, lá em cima ou cá em baixo?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Treinos

Meus caros amigos, recomeçou a azáfama do MBA.
Já só me faltam 3 para completar o "programa de treino" todo. É a recta final!! Isto que me falta empurra-me para o final de Dezembro, numa vida livre de stresses de trabalhos intermináveis, trabalhos de grupo com discussões acesas e... claro, os exames.

Por tal motivo, vou deixar os posts durante uns tempos.
Até breve (no máximo Dez.)

PS. Ah já agora, está mais que definido: Vamos fazer a rota do Whisky!
Os próprios operadores que contactei referem isso. Quero ver se faço reservas nas próximas 2 semanas.


segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Whisky ou Coca-Cola?

Como em qualquer outra montanha, há no Kilimanjaro diferentes trilhos de acesso ao cume, que foram estabelecidos ao longo da sua história de conquistas. O Kilimanjaro é rodeado, cá em baixo, por uma zona de densa floresta e é por aí que todos os trilhos começam. Há pelo menos 7 que nos elevam desta zona de floresta para a curva de nível dos 4.000 metros, onde há como que uma espécie de VCI que abraça a montanha e conecta todos os trilhos que aqui chegam. Para cima dos quatro mil apenas 3 trilhos continuam para os majestosos 5.895 metros do cume. Para simplificar as opções, as autoridades do Parque Natural do Kilimanjaro, baniram desde 1991, qualquer expedição independente, reservando o acesso à montanha apenas a quem se faça acompanhar de guias devidamente licenciados para tal. É pois possível escolher uma qualquer rota, mas sempre dentro do “catálogo” das ofertas das empresas, que se apresentam como uma qualquer combinação possível dos trilhos de ascensão e posterior descida possíveis. Dos 7 possíveis trilhos: Marangu, Umbwe, Machame, Lemosho, Shira, Rongai e Mweka, as rotas Machame e Marangu são as mais populares.


Marangu











Tempo mínimo: 5 dias (ida e volta)
Distância: 65 Km
Subida acumulada: 2903m
Dificuldade: Moderada/Difícil

É a mais antiga, a mais fácil, a mais famosa e a mais rápida via de acesso ao cume. Cerca de 80% das pessoas escolhem esta via. Em consequência da atracção de mares de gente e “fácil” acessibilidade, tornou-se também conhecida como a “Rota Coca-Cola”. É bastante criticada por ter muita gente e limitar a sensação de evasão, mas é bastante cénica apresentando-se, no entanto algo monótona no deserto em altitude. É a única onde se dorme em abrigos de montanha.


Machame











Tempo mínimo: 6 dias (ida e volta)
Distância: 61 Km
Subida acumulada: 2800 m
Dificuldade: Difícil

É a rota mais a oeste da montanha. Possui as paisagens mais explêndidas e imponentes do maciço montanhoso. A ascensão é mais exigente que a Marangu mas também não é necessário qualquer técnica de escalada. Apesar disso, permite melhor aclimatização e tem ganho popularidade com as melhorias que têm feito no seu traçado e infra-estruturas. Devido ao seu maior custo, à sua maior dificuldade física e aparente maior intoxicação (efeito altitude) é também conhecida por “Rota do Whisky”. Apesar disso os números indicam que a taxa de sucesso desta rota é superior à “Rota Coca-Cola”, já que a aclimatação é mais lenta/melhor.

E agora, Whisky ou Coca-Cola?

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Lar doce Lar



Apetece-me hoje escrever sobre a sensação de deja vu, mas ao contrário. Eu explico, é aquela sensação que temos, ao ver que há pessoas à face deste planeta que fazem/vivem/pensam de forma diferente de nós. Tive este feeling pela primeira vez, aquando das primeiras viagens além fronteiras. Jantar às 16h com um Finlandês; Beber chá com leite em inglaterra; Comer tapas e não comer sopa com um espanhol; Beber vinho quente com um alemão, etc. Mas ontem, aqui bem perto, na Gafanha da Nazaré, vi e senti mais um "e porque não?".

Porque não morar numa casa de madeira?
Estive na casa de um casal amigo que vive numa casa de madeira. Para quem não conhece o conceito, uma visita rápida à www.rusticasa.com esclarece.

Mais uma vez choca, pensar que a NOSSA casa é em madeira, toda ela, de cima a baixo. Apenas os alicerces são "convencionais", de resto, a estrutura, o tecto, o chão, as paredes, as portas, as janelas (excepto vidros claro), as escadas, os portões e as varandas, é tudo em madeira! Mas mais uma vez, e pela experiência de quem já vive num espaço destes, esta solução traz vantagens enormíssimas face ao nosso betão/pedra/tijolo.

Uma casa de madeira traz sobretudo muito conforto.
E de facto está-se lá dentro muito bem. E o inverno? Segundo nos dizem é fantástico, do melhor. Na Finlândia passei alguns dias (de Inverno) em casas de madeira - cottages - e, com uma lareira ligada, confirmo que se anda de manga curta (na casa toda) com -20º cá fora!!

Eu tenho algumas reticências em tornar a minha casa do dia-a-dia numa casa de madeira. Sem argumentos, é certo. Porquê? Não sei. Talvez porque é estranho, mas acima de tudo porque sempre vi à minha volta casas de cimento. Hoje, mesmo que pudesse ainda não conseguiria tomar essa opção para primeira habitação. Mas como casa de campo em Trás-os-Montes no Parque de Montesinho, ah aí sim, era um luxo.


Mágico Momento da semana:
"Uma tarde bem passada, numa casa de madeira, com amigos e um São Bernardo."

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Tiro de partida

Antes de mais, obrigado a todos pelos posts.

Acreditem que é estranho, mas é bom ter um blogue! Poder dar asas a pensamentos, ideias e sensações que não ficam bem nos relatórios ou mails do trabalho, nas conversas de café, nem na sociabilização do dia-a-dia. Aqui é normal e eu sinto como que um balão de ar onde se respira e transpira inspiração partilhada.

Agora o post da semana:
Mais um fim-de-semana, mais uma mão cheia de mágico(s) momento(s). Quem esteve sabe, quem não esteve já vai saber. Diz a tradição que casal que é casal, tem que casar! O casamento é socialmente aceite como a forma "normal" de iniciar uma nova vida, um projecto a dois onde as partes não mais se afastam até que a morte os separe. Mas... é mesmo preciso casar? É minha/nossa convicção que não, ou melhor, como disse e bem alguém que merece todo o meu respeito pela avançada idade e sapiência: "O amor e a felicidade não se vão buscar ao altar." e, por isso, antes desse dominó ser empurrado na cascata da vida, outros têm ainda de cair. Puxando pela imaginação, resolvemos dar o tiro de partida "oficial" desta vida a dois, não com um pomposo casamento, mas com uma modesta "Festa de inauguração do novo lar" (o laço matrimonial fica para mais tarde). O objectivo foi mostrar-vos o caminho, abrir-vos uma porta e claro festejar, celebrar por este motivo, por um aniversário e acima de tudo, por nós! Acreditem que queríamos ter outros tantos amigos lá, no Sábado, mas assustamo-nos e alegramo-nos quando vimos que a lista de amigos é enorme... Quem não esteve, porque não foi possível, ou porque não foi "convidado", fica já aqui o repto, apareçam informalmente, que são todos mais que bem-vindos!

Mágico momento da semana: "38 amigos em nossa casa num só dia!"



quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Em preparação

A vida é feita de objectivos.
Uns maiores outros mais rotineiros. Estes últimos desgastam-nos e absorvem-nos de uma forma que nos cansam e desanimam. Eu para mim, preciso constantemente de objectivos maiores de vida, plausíveis, aliciantes, possíveis de concretizar mas acima de tudo com uma dose suficientemente alta de desafio. Colecciono alguns já passados e acredito agora que esta aventura ao Kilimanjaro me/nos vai proporcionar um belo momento mágico para a vida. O desafio está lançado, veremos o que acontece nos próximos tempos. Está pré-agendado para Fevereiro de 2007, por alturas do Carnaval. Conseguiremos? Que acham? Estamos loucos? Os preparativos já estão em curso e a viagem começa também com este blogue.