domingo, 25 de fevereiro de 2007

3º acampamento

2007.02.25, 20h10, Kilimanjaro (3850m), 3º acampamento
(17h10, Portugal)
"Terceiro acampamento, 3850 metros. Fomos aos 4600 metros e já tivemos alguns sintomas de altitude.
Choveu a noite passada. Agora é tempo de descanso porque já temos a barriga cheia e estamos lavadinhos.
Amanhã vai ser duro.
Bela Paisagem."

Litus

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Machame Camp

2007.02.23, 17h24, Kilimanjaro (3000m), Machame Camp
(14h24, Portugal)
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"Chegamos a Machame Camp (3000 metros) em 10 Km, 1200 metros de desnível.
Dia tranquilo sem chuva, ao nosso ritmo.
Os guias são estupendos. Temos tudo sem fazer nada.
Agora descanso para amanhã.
Temos muita comida."
Paulo Vasconcelos, mensagem "telegráfica" enviada por tlm
.
Por agora ... confirma-se o que o meu irmão me tinha dito. Existe rede de comunicação móvel na montanha, pelo menos à altitude de 3000 m.
Tudo está sobre rodas (ou melhor sobre pernas).
Podem enviar-lhes uma ou outra mensagem para os telemóveis (Paulo ou Liliana), já que em roaming a recepção de msg é de borla. Fui avisado que o mais provável é eles terem os tlm desligados, por isso não estranhem se não forem entregues- isto porque a zona de pernoita pode não ter rede e como tal a recepção fica impedida.
Eles vão ter que gerir a bateria de telemóvel para 7 dias e como tal só podem gastar uns minutos de conexão/dia para que possam entrar em contacto connosco, caso isso seja possível.
Em meu ver seria mais conveniente poupar a bateria deles para que as news venham de lá para cá e não de cá para lá, pois como os jornalistas dizem "Notícia não é só informação, é Novidade" e esta mora lá.

João Vasconcelos (irmão do Paulo)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Tanzania

Jambo!
(ola' em Swaili, a lingua oficial do Quenia e Tanzania)
Ontem acabei o post com uma imprecisao. Nos estamos e' na Tanzania. O Kilimanjaro e' deste lado da fronteira. A viagem de autocarro teve essa peripecia pelo meio. Tivemos que atravessar uma fronteira terreste aqui em Africa. A aldeia fronteira e' um chamariz para todos os que querem vender o pouco que tem. E' importuno o constante chamamento para as compras. Mas como a Liliana disse no comenta'rio, com espirito, esta viagem e' uma autentica loucura. Nao ha' que ter medo, ja que, coitados estao a fazer pela vida. Na fronteira voltamos a pagar mais $50 para obtermos o estimado visto. O passaporte portugues nao e' visto por estes lados e, por isso, demoram um pouco mais a ver a nossa info. Mas ja constatamos que as pessoas gostam de nos. Portugal para quem aqui conhece e' sinonimo de Vasco da Gama (que passou por Mombassa, na costa do Quenia) ou de futebol, a linguagem universal para conversas de rua. E' um excelente desbloqueador de conversa, principalmente para os homens das nossas idades. Ontem fiquei mesmo sem palavras. O miudo/graudo conhecia tudo!! Ate o Maritimo. Claro que com o nosso analfabetismo futebulistico, nao desenvolvemos muito, mas quando falei em Paul Tergat, o queniano que nos ganha as maratonas todas ai de lisboa, marquei pontos.
Estamos agora em Arusha, uma das aldeias do sope' do Kilimanjaro. Hoje vimos, sem duvidas, pela primeira vez a montanha la longe, ainda longe a 2h de jipe que iremos fazer amanha. Mete respeito e a Liliana assustou/me, viu-a pela primeira vez e inspirou de susto como que se tivesse visto um leao. Nao ainda nao vimos desses animais estranhos. Esta aldeia e' um caos organizado. Os servicos estao todos ca', mas claro tudo e velho, muito sujo mas com muita agitacao. O unico senao da aldeia (que mais parece cidade) sao as constantes abordagens para comprar algo ou para fazer safaris. Mas com pacienciencia e desculpas esfarrapadas la nos safamos. De dia anda-se a vontade. A noite seguimos os conselhos do guia e ficamos na varanda do quarto a apreciar os sons da bicharada. E' verdade, 'a noite houve/se tudo, como se estivessemos acampados. As pessoas sao extremamente solicitas e as pessoas que estao nos servicos sao de uma subserviencia extrema. Sao super hospitaleiros e parece que conhecidos por isso em Africa.
Hoje de manha tivemos o briefing para a montanha com o nosso guia - Yusto - Gostamos ambos dele. Bastante seguro nos conselhos, fez as perguntas todas e com bastante determinacao. Tem a minha idade e ja subiu 'a montanha vezes sem conta. O ultimo grupo com que foi, foi tb um casal de 49 e 51 anos e... foram la acima. Vamos ver nos. TEmos tudo pronto. O check-up ao material esta feito. Deram-nos os parabens por isso "estao muito bem equipados" acreditamos que vao conseguir. Vamos la a ver... O tempo esta como esperavamos, mais quente que ontem e abafado.
Vou-vos deixar com este relato. Vamos para a montanha amanha. Nao sei se conseguimos dar noticias antes disso ou durante a expedicao. Se sim, o joao publica. Se nao, regressamos a Arusha no dia 1 Marco. Ate la, vamos viver a montanha e usufruir do ceu com as estrelas que nunca vimos. Estamos no hemisferio sul e, por isso ha constelcaoes nunca visiveis ai em portugal. Ah, outra curiosidade, sabiam que aqui a agua dum lavatorio gira em sentido contrario? Eu tambem nao, mas vou fazer o teste.
Abracos nossos e ate breve. Paulo & Liliana

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

A viagem



Cinco estrelas. A nossa grande viagem correu na perfeicao (desculpem m n ha' acentos nestes teclados). Os nossos maiores receios e preocupacoes ficaram todas em terra. Conseguimos, como ja disse o joao, trazer toda a nossa bagagem e todos os 30Kg de bens para as criancas de Nairobi sem gastar 1 tostao a mais. Foi facil ja que as nossas mochilas de porao estavam com pouco mais de 10Kg. Em Nairobi chegaram direitinhas e sem isto de estrago. A imagem que se cria na TV destes paises e nos conselhos (sempre bem vindos) de quem ja por ca esteve fazem/nos um nervosismo acrescido, n vivido noutras viagens. M fiquei surpreendido por este nervosismo ir desvanecendo precisamente assim que estavamos cada vez mais perto. Fiquei bastante mais relaxado, va-se la perceber porque sabem onde? Em Amesterdao, depois de ver as pessoas que embarcaram connosco para Nairobi. Diria que 80% dos passageiros brancos, deram alguma paz de espirito, mas mais que isso, a postura dos quenianos que ja ai encontramos. Nao estava nada aa espera, principalemente depois de ter vivido Marrocos. Extremamemente autonomos, muito maduros no tratamento dos turistas e simpaticamente calorosos. Alem de os achar bonitos, ok ok, so as senhoras, mas a Liliana tambem diz o mesmo deles. E' o tom de pele, preto chocolate fantastico. O voo Porto-Amesterdao foi numa chafarica, um Embraer 175 minusculo onde eu ando agachado no corredor, credo, ainda ha avioes destes!! Pacifico no entanto, como se espera destes voos europeus. Amesterdao esteve cinzento e frio, frio cada vez mais empregnado ao longo da tarde. O almoco/lanche num intaliano soube bem. Confirmamos precarios, e a abundancia das CofeeShop, bem como a ligeireza como aqui se fala de sexo/drogas. Deu para pensarmos no assunto. Pena foi o RedLight district ter-nos passado ao lado. Nao vimos as meninas nas montras... Ha que voltar, talvez com espirito para viagem na europa, que desta vez estamos ja com o coracao em Africa.

Amesterdao-Nairobi com a KenyaAirways, excelente servico e viagem pacifica tb, se bem que cansativa por abarcar uma noite inteira. 7h da manha (+3h que Portugal) aterramos em Nairobi. Nao houve "o bafo" devem estar uns 20.C. As malas chegam perfeitas. A Amina, nosso contacto do voluntariado ostenta em primeiro plano o nome Lilian (sem 'a') e recebe-nos com um abraco daqueles de ternura, sabem. Ficamos logo rendidos. A senhora, mais uma outra, recebem-nos a ajudam-nos no norte necessario neste desnorteio inicial. 'No stress', diz-nos a senhora do autocarro, a vida aqui anda mesmo devagar. Passada 1h ai esta o nosso 'autocarro'. Malas no tejadilho. Passageiros a bordo. A Liliana tem que ir com os joelhos qs junto a testa, a roda fica mm debaixo do banco. Temos musica, a estrada e a paisagem comecam a desenrolar o que vao ser 5h de viagem. Os primeiros momentos sao de incredulidade, emocao e paz. E mesmo verdade, estamos no Quenia!!!! Que sensacao esta, acreditem, estamos mesmo bem!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Dia Zero

2007.02.19, 16h38, Matosinhos (0m), Lais de Guia. O dia está cinzentíssimo, a chuva pinta estes vidros da paisagem, lá fora está frio (10ºC) e o Atlântico revolto. Por nós, está tudo pronto. AMANHÃ cedo partimos. A aventura começa. Dentro de 24h estamos em Amesterdão. Vamos procurar actualizar este blog tão frequentemente quanto possível, ficando a dúvida dessa vontade, na oportunidade de um ciber-café por perto. Amanhã, em Amesterdão, temos uma tarde para vasculhar aquelas ruas onde ainda nunca estivemos.



Mas antes de partir, queremos ainda, aproveitar para deixar aqui um forte obrigado a todas as pessoas que tão amável e prontamente nos fizeram chegar roupas e brinquedos. Conseguimos os nossos 30Kg, que agora vamos tentar colocar em África. Seguir-se-ão os relatos dessa jornada, da mercadoria e de nós. A todos os que nos queriam (ainda) ter feito chegar mais alguns bens, o nosso igual obrigado. Bem hajam e até breve. Abraço/Beijinho, Paulo&Liliana.



terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A 1 semana

É verdade, daqui por uma semana estamos nós em trânsito rumo a África. Temos (apenas) mais uns 3 dias de trabalho pela frente. Os preparativos decorrem a bom ritmo, mas ainda nos falta algum material técnico para a montanha. As vacinas também já estão todas tomadas: febre Amarela, febre Tifóide e Hepatites. Para a malária, estamos a ingerir o comprimido semanal há já 3 semanas e, que se arrastará 1 mês para lá do regresso. Para além do programa do Kilimanjaro, o nosso programa, irá ter também, uns dias de trabalho voluntário, junto de uma casa de meninas órfãs de Nairobi. A pedragrega é que tem tratado destes contactos. Resolvemos levar, além do nosso tempo, algumas roupas/brinquedos que, quando tive em Marrocos, vi o quanto estes miúdos agradecem. Mas... estamos com um problema de logística, querem-nos 200€ para nos levarem os 30Kg adicionais, que estamos à espera de juntar das dádivas dos nossos amigos. Assim, aproveito e deixo aqui o repto:


Quem tem cunha na KLM/AirFrance ou até DHL/FedEx/UPS? Ou quem é que nos podia financiar esta despesa, perfeitamente justificada com factura da transportadora? Era excelente conseguirmos poupar este excesso de bagagem.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Caminhada 06 - Serra da Lousã

Duas bolhas, uma em cada calcanhar. Assim terminou a minha caminhada desta semana. A pedragrega também teve direito a um leve inchaço, causado pela ainda inflexível língua de uma das botas. E porquê? Porque neste fim-de-semana trepamos de verdade. Objectivo, ligar a Lousã ao Trevim, o ponto mais alto da Serra. Pela 2ª vez nesta série, hoje, vamos sozinhos. Não temos tantas conversas para trautear, mas em contrapartida, os timings conseguidos são bem mais próximos dos planeados. Saímos a horas da Lousã (150m). São 9h36, estamos nós, totalmente impermeáveis, ainda desconfiados do sol que se faz sentir depois de uma noite caudalosa de chuva, mas prontos para subir a serra, independetemente do que do céu cair. Marcamos o percurso directamente da carta militar para o GPS e, assim, é só seguir as instruções do aparelho. Poucos metros de estrada sempre a subir, fugindo ao aglomerado urbano, já o mapa electrónico aponta para trás. Mas por onde? - perguntamos nós – Por aqui? – parece que vamos para o quintal desta casa – Mas não… o trilho tem cerca de 2m de largo e sobe violentamente debaixo de uma densa vegetação maioritariamente de acácias/mimosas. Tudo é verde e terra à nossa volta, o que não falta é água, que sorrateiramente tem tirado os alicerces de algumas árvores que mais cedo ou mais tarde, acabam por cair. Passados alguns minutos emergimos na estrada nacional, que foi agradavelmente encurtada com este atalho. Em Alfocheira estamos. Mais um belo nome da nossa rica toponímia local, como ainda mais à frente estas outras aldeias: Vaqueirinho, Catarredor (aldeias hypies), Talasnal (obrigatório visitar) ou Chiqueiro… Continuando viagem, mais à frente há um muro mordido pela queda bruta de uma árvore. Deve-se ter atravessado na estrada. Só lhe vemos a raiz de um lado da estrada e o tronco de largo diâmetro cortado, do outro lado. Logo depois, abandonamos novamente a estrada nacional e pela frente, prémio de montanha de 1ª categoria. O terreno é razoavelmente regular, mas a subida não dá tréguas. Sobe sem fim, sem o descanso de uns curtos metros planos, nada! Como estamos só os dois, forçamos o ritmo e é óbvio, isto puxa! Não se vê paisagem, as mimosas não deixam, têm 4 vezes o nosso tamanho. Mas aqui e ali vê-se a Lousã. Bolas, já subimos bem, fica lá em baixo! A manhã está espantosa. Uns 10º fazem-nos tirar as protecções do frio. A chuva ainda não apareceu, mas há umas nuvens negras lá ao longe, de respeito. Com muito poucas paragens, seguimos a bom ritmo, em contagem decrescente para a Ortiga, um dos vértices geodésicos da Serra e, espera, eu conheço isto. Claro, foi aqui (na Ortiga) que em Julho fiz o meu baptismo de parapente. Esta serra surpreende-nos. Além da subida, que não sei se já falei, a vegetação, espetacular, variada, verde, pojante e robusta. Surpreende-nos ainda uma zona particular, tão densa, tão densa, que no interior nem a luz entra. É quase breu total ali de baixo, mesmo a estas 11h48 desta manhã solarenga. Pausa técnica para almoço. A temperatura desceu. Estamos mais altos e o vento aliado à temperatura abaixo dos 2 dígitos já obriga a gorros e luvas. Seguimos e uns metros à frente, aí está o parque eólico da Ortiga (896m), num belo planalto, pintado de sol, aquando da nossa chegada. E o Trevim? – pergunta a pedragrega – Ali! – aponto eu - expressão de desânimo, revolta, O quê, tão longe? De facto, as distâncias na montanha não se percebem. A brincadeira das antenas, parecem inatingíveis, mas o truque é sempre o mesmo, um pé à frente do outro e há-de-se chegar a algum lado. O céu limpou, não há nuvens. Os aerogeradores que nos rodeiam, são uns monstros vistos de tão perto. O GPS não pára de nos mostrar o dedo indicador. Pela aresta desta nova vertente, aproximamo-nos cada vez mais das antenas do Trevim. Entramos numa autêntica autoestrada de terra batida, de acesso aos sítios das grandes máquinas. Aldrabamos mais à frente o percurso pelo corta fogo das linhas de energia, com o prémio de uma pendente ainda mais íngreme. A subestação do parque está lindíssima, muito bem camuflada na paisagem. Pouco depois, aí está o alto do Trevim. Que espectáculo, estamos nos 1208m diz-nos o GPS. Temos 12Km nas pernas. O alto está pejado de antenas, militares, de comunicações rádio e nenhuma de telemóvel (não temos rede). Supostamente o nosso carro apoio devia estar aqui. Não está. Não há crise, depois das fotos e contemplações do pódium natural de montanha, que um ponto mais alto sempre nos oferece, seguimos, agora por estrada em direcção a Candal, única via de acesso automóvel para aqui, parece-nos. Conseguimos somar mais 4 Km ao marcador, após o que fomos resgatados e levados para a banheira quente e preguiçosa em casa, lá em baixo. Terminamos o programa com os cuidados de podologia exigidos pelos pés, estrelas de cartaz neste Sábado assim registado.

Distância: Freita + 300m

Tempo: 4h57

Altitude mínima: 153m

Altitude máxima: 1214m

Subida acumulada: 1095m

Caminhada 06 done.



segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Caminhada 05 - Serra do Alvão


E soma e segue nesta contagem decrescente para a grande caminhada! O trilho desta semana fica marcado mais uma vez pela companhia, somos 9+1 a calcorrear as encostas do Alvão neste discreto Sábado de Fevereiro. As horas passam a voar quando as conversas se desenrolam facilmente ao sabor dos Km e declives do percurso. Decidi levar o meu Serra da Estrela que imprimiu outra vida ao ritmo da caminhada. Mas começando pelo início, começamos a horas. Foram +/- 45min de carro de Celorico até de Lamas de Olo, no coração do Alvão. Chegados, abre-se a mala ao puto e que alegria a dele, tanto para cheirar, tanto território para marcar, assim os dejectos o permitam. O dia está cinzento, o céu prateado quase, quase como de neve, mas com os +3ºC ainda não dá para isso. A húmidade é bastante e o grupo não está impermeável, mas parece-nos mesmo assim possível. O percurso é circular e os primeiros passos são em estrada, para abraçarmos Arnal, pelo lado sul, com vistas já para Vila Real. E é aqui tão perto, as nuvens baixas dão algumas tréguas, vê-se o aglomerado urbano ali em baixo embora difuso. O cão não pára, nem imagina ele que tem um dia inteiro para andar e não os habituais passeios de meia-hora... Continuamos na estrada, agora ainda mais secundária, de acesso só a Arnal, mas ainda a descer - (ainda) ninguém se queixa. Depois de atingirmos a cota mais baixa deste trilho (780m) começamos então a galgar até à Arnal, uma das aldeias que o Parque Natural do Alvão quer manter com traça de aldeia de montanha. O nosso guia tem aqui origens e, sendo nós primos, ouço falar desta acolhedora aldeia com bastante frequência e há já algum tempo que falamos em cá vir. Hoje temos sorte no treino, pela primeira vez em 5 fins-de-semana apanhamos um dia de não-sol, o que nos retira da zona de conforto habitual, o orvalho rodeia-nos e as paragens não podem ser muito longas, mas para o esplendor das vistas, não é hoje o dia. Fica a vontade de repetir o mesmo trilho, com sol, quem sabe em breve... Chegados a Arnal, estamos todos, incluindo o puto em grande. A aldeia sofreu já algumas alterações, tipicamente pela mão de emigrantes, mas o núcleo de casas de granito/xisto é ainda assinalável.
Seguindo viagem, queremos ir ao Cabeço, seja lá o que isso for. Não se vê, não imaginamos o que nos espera, mas o caminho agora sim, é de montanha. Monte acima, com múrmurios da água aqui e ali, subimos, pé ante pé, praticamente sempre em cima de majestosos "afloramentos rochosos" de granito, e agora sim, exige-se endurance e caixas toráxicas de não-fumadores. No cão já se nota o arrastar das patas. Será que chega lá acima? O pior, é que o desgraçado não percebe uma coisa, tem que descansar. Pelo GPS e carta militar, o "Cabeço" é aqui ao lado, o nevoeiro envolve-nos numa esfera de +/- 15m de visibilidade, vamos parar para almoço, são 12h46 e os queixumes de abastecimento já se ouvem há algum tempo. O cão bebe, quase por favor, come agora sim, com vontade e descansa só por solidariedade. Recupera espantosamente e está outra vez eléctrico. Começamos então a subida ao ponto mais alto do dia e afinal é perto. Estamos nos 1128m, não há vista. Há gelo aqui e ali, mas todos aqui chegamos. Regressados ao ponto de almoço, seguimos então rumo ao carro. GPS, carta militar e análise visual do terreno, fazem-nos andar mais e vencer mais declive ainda, seria necessário? Talvez não, mas confesso agora, foi um tanto ou quanto propositado, para não acabar tão cedo. A montanha tem destas coisas, as encostas assustam e a grandiosidade do monte parece inacessível à força das pernas, mas passo a passo lá se atinge o azimute pretendido. Antes do final ainda nos cruzamos com um rebanho de ovelhas/cabras e passadas 5h30 lá estamos outra vez no ponto de partida. Final reconfortante com umas alheiras na brasa e vinho da casa - maduro - , na "Cabana" ao lado da Barragem Cimeira.
Resumo
Distância: 12,2Km
Tempo: 5h30
Altitude máxima: 1128 m (Cabeço)
Altitude mínima: 780 m
Subida acumulada: 570m
Caminhada 05 done.

Próxima caminhada: "Caminhada 06 - Serra da Lousã", 10.Fev.2007 (Sáb). Quem vem connosco?