segunda-feira, 25 de junho de 2007

S. João 2007


Por que não repetir aquilo que é bom? O S. João este ano voltou a ser nas Fontaínhas, coração bairrista do centro do Porto, por entre densas nuvens de fumo dos assadores das sardinhas assadas. Com um respeitável grupo de amigos a roçar as quase duas dezenas de pessoas, os momentos foram muitos e variados ao longo da noite. Muita vida, muita alegria, muitos martelos e marteladas, muito alho pôrro a entrar pelas narinas adentro, muita gente, um céu com mais estrelas do que o habitual, conseguido com muitos e frágeis balões de S. João e claro, copos e bailarico. Mas mais fantástico ainda foi o feito da noite. A travessia total desde a Ribeira até à Foz, do tradicional percurso do S. João do Porto, terminado convenientemente, não na praia de Matosinhos, como dita a mesma tradição, mas nos convenientes aposentos nossos, logo ali ao lado, já perto das 7h da manhã!! Devem ter sido cerca de 15Km, percorridos a pé, ao longo da noite, de bailarico em bailarico, de WC em WC, sempre sempre com centenas de pessoas na mesma torrente. Esta é sem dúvida uma festa do povo, para ser vivida ali, na rua, com o povo, e isso faz deste S. João do Porto, um dos eventos anuais que mais gosto de não perder, sentindo a alma genuína e a alegria das gentes de toda esta mágica região!



segunda-feira, 18 de junho de 2007

A força da grelha de partida


Grande lição a de ontem, na 8ª edição da Corrida "Festas da Cidade do Porto". A vontade
e teimosia nossas para fazer os 15Km da corrida, eram muitas, mas as previsões insistentes de mau tempo, estavam a tornar o desistir uma tentação permanente mesmo antes da partida. A verdade é que fomos, corremos e chegamos todos os 6 (+1 mini-caminhada) à linha da meta! Heróis por um dia, ou simplesmente obstinados e teimosos o suficiente para fazer este grande favor à nossa condição física e saúde? De tudo um pouco. Contudo, o que mais destaco não é a corrida em si, é antes a decisão de ir (correr). A chuva caiu violentamente durante todo o Sábado. As previsões de Domingo eram semelhantes. À hora de acordar, chove e sopra o vento com uma garra de inverno. Quem vai correr assim? Eu não, pensava eu. Para infelicidade minha, estava mesmo tentado a abraçar o "vou desistir" . No entanto, à hora marcada, lá estamos todos, como combinado, a decidir o que fazer. Há impermeáveis. Há vontade. "Se chover, pelo menos não vamos enganados!". Ponderação não muito demorada... Pronto, que seja, vamos lá. Saímos de casa, com um vento fortíssimo. E a verdade é que este vento limpa totalmente do céu todas as nuvens, desde esse momento até ao final da corrida. Não caiu nem uma gota! Lição de moral: quantas vezes se desiste, mesmo antes de começar? Grande exemplo, de que, para se conseguir, por vezes, só é mesmo preciso ir!




terça-feira, 12 de junho de 2007

GR22 - Foto-momentos






Legenda:
1. Descida rápida de Castelo Melhor para o Côa, 2007.06.07
2. Visita guiada às Gravuras do núcleo de Castelo Melhor, 2007.06.07
3. Quinta da Ervamoira - Ramos Pinto, 2007.06.07
4. Vista do Castelo de Marialva, 2007.06.08
5. GR22, troço Marialva - Castelo Rodrigo, 2007.06.08
6. GR22, sinalética - mudança de direcção para a direita, 2007.06.08


segunda-feira, 11 de junho de 2007

GR22 - No trilho


Mas que belos dias vividos no interior norte deste nosso país. Foram cerca de 120 Km pedalados, com uns aproximados 2500m de subidas acumulados em 3 dias deste Junho. Nada de transcendente, com um tempo a ajudar e a pintar de várias emoções as diferentes horas dos dias. O objectivo era a GR22, ou Grande Rota das Aldeias Históricas. O plano inicial, Pocinho – Marialva – Sabugal, era pura e simplesmente muito ambicioso. Possível, sem dúvida, mas com outro espírito que não este, o de desfrutar a companhia, as gentes e as paisagens. Por isso roubamos aos pedais o troço Castelo Rodrigo – Almeida. Saímos de carro, com as bicicletas nos tejadilhos e invertendo o sentido inicial terminamos todos, o troço Castelo Mendo – Almeida. Mas… a melhor descrição destes dias que posso partilhar é um exercício, um exercício de memórias, para se fazer de olhos fechados, começa assim:

Imagina-te. Imagina-te a correr para um comboio que já deveria ter saído da estação. Tu e teus 3 amigos, cada um na sua bicicleta. Consegues entrar, precipitando corpos, mochilas e máquinas para a carruagem de carga. Entra tudo e o comboio arranca. Conseguiste apanhar o IR da Linha do Douro em Campanhã rumo ao Pocinho. Deixaste ali o stress todo, sentes que agora sim podes relaxar e desfrutar da viagem. Tens 3h. Para dormir, para comer e principalmente para apreciar a paisagem. Pouco a pouco percebe-se o que aí vem. O Douro aproxima-se ao ritmo lento da composição. As encostas estão ali à distância de um disparo da máquina fotográfica. O ambiente é muito familiar. Neste feriado, praticamente todos nós somos passeantes. Imagina as quintas do Douro ali na janela e ainda reflectidas no espelho de água tranquilo do rio. Aqui e ali há foguetes. Afinal de contas hoje é feriado do Corpo de Deus, religiosamente celebrado aqui pelo norte. Paramos num apeadeiro engalanado para tais celebrações. Vêm-se confrades vestidos a rigor, escuteiros, roupas domingueiras e… uma banda de música. O maestro prepara e a banda, virada para as cochias do comboio, começa a tocar. Cerca de 30 pessoas a entoar uma melodia de festa, para nós. Que alegria reina por estes lados. Agora imagina que vês o Pocinho lá ao fundo e que chegas então à hora prevista ao destino impresso do teu bilhete. Imagina-te então a começar a pedalar, com muita calma, em direcção a VN Foz Côa. Vais por estrada, mas a paisagem e o dia solarengo enchem as vistas. O esforço não é muito. Imagina que tens uma pedalada leve, muitas vezes. Chegas à vila, segues as placas para Castelo Melhor. A descida até ao Côa é rápida e serve para dar descanso às costas. Agora sobes e agora sim, penosamente. A hora é de calor, muito calor. Os 2l de água que tens às costas pesam cada vez menos. Chegas à vila destino em 1h45min (24Km), o que dá ainda tempo para almoçar no restaurante “Paleolítico”. Chegas e partes de jipe para a visita às gravuras, lá no fundo. Imagina que o vinho do almoço, o calor da tarde e os safanões do jipe te fazem muitas cócegas e rir é uma constante. O guia não percebe e julga ser ele o motivo da chacota. Pouco a pouco lá alinha e no fim, até quer contratar um dos teus amigos para guia. As gravuras não encantam nem desencantam. Vêem-se uma vez e é suficiente. O lugar das gravuras é que sim, queres continuar viagem por aqui e não, para trás, outra vez por estrada. Não sabemos é se temos saída e se o rio nos deixa atravessar. Decides em grupo, arriscar a travessia, de BTT por aqui. Largas o centro de interpretação do Parque e desces adrenalinamente pelo caminho de terra até ao rio. O calor é uma constante. Vais a banhos. A água está um espectáculo. Ficas ali, com água pelo pescoço, 1 hora, relaxadamente com uma paisagem extenuante. Atravessas afinal facilmente o curso de água. Estamos do outro lado e queremos então chegar a Muxagata, pela Quinta da Ervamoira. Pedalas, olhas à volta e só vês uma casa e hectares sem fim de vinha do Douro. Estás num dos labirínticos corredores da quinta. A subida é dura. Paras para contemplar, respirar e beber água sem sofreguidão. O destino final, Mêda demora a chegar até nós. A subida é uma constante. Já somas 40Km. Chegas tarde à "Pensão Santo António" e pedem-te para te sentares logo à mesa, assim suado, sem tomar banho. Começam a servir uma picanha deliciosa, arroz, feijão preto, ah e sopa, e vinho e salada e depois perguntam: “Chega ou querem mais um bocadinho de carne.” Já não seria preciso, mas pode trazer mais. Vem outra travessa igual. Desesperas porque pediste o que já não consegues comer. Alguém diz - “Eh pá, se não se comer, faz-se umas sandes para amanhã!” – mas não, come-se tudo, deve ter sido mais de 1 Kg de carne… “Aqui em Meda come-se bem”, diz orgulhosamente a dona da pensão. E o pequeno-almoço? Contra pedido arrojado, a resposta é afirmativa, fazem-te um esparguete para reforçar a resistência ao esforço do dia. Além dos sumos, galões, sandes mistas e mais sumos, as duas travessas de esparguete, deixam-nos incrédulos, alojamento e este pequeno-almoço, tudo por 12,5
, incrível. Imagina agora que continuas, com muita vontade, para encontrar finalmente a GR22. Marialva é perto. Lá do alto do Castelo vê-se uma paisagem sem fim. Os cheiros de campo limpam os pulmões. Lá ao fundo adivinhas o trilho, a serpentear os campos para sul. A primeira marca, está logo aqui no fundo da vila. O trilho começa então por entre os campos, rápido, com as rodas da bicicleta a serem tapadas pelas centenas de flores silvestres. Umas lagartixas fogem assustadas, mais rápido que os teus 15Km/h. Os aromas do campo são agora perfumados. Que liberdade esta. O destino é Castelo Rodrigo. Entre caminhos, estrada, estradões lá vais ficando cada vez mais perto. Há outra descida louca até às entranhas do Côa. Hoje já não se fazem estradas assim. Consequente subida penosa. O que vale, hoje, está o sol tapado, muitas vezes a ameaçar chover. O corpo ressente-se aqui e ali, mas de desgaste. Paragem técnica para reabastecimento tardio. São 15h e ainda não almoçaste, estás sem água. A Isabelinha não tem nada para comer. A Paula, lá arranja uns petiscos, que preenchem o apetite voraz do esforço da subida. Estás em Quintãs de Pêro Martins. Lá fora começa a chover forte. O carteiro que chega com o correio e bebe uma cola diz que é para o resto do dia, mas engana-se. Pára a tempo de te aprontarmos para nova saída. Continuas pelo trilho, sem calor e na expectativa da chuva. Mas não chove mais. Encontras um pastor, guardião de 200 ovelhas e conversas com o homem apressado a reconduzir o rebanho que se aproxima. Os 10 cães ajudam. Sobes ao cimo da Serra da Marofa. Um troço lamacento presenteia-te com uma nuvem de moscas que não te largam. Irritam, cansam e enervam. Demoram a ficar para trás. Apenas a descida do cimo da Serra para Castelo Rodrigo, as vencem, que alívio. Castelo Rodrigo, no alto, como todas as aldeias históricas é misteriosa, principalmente com este céu cinzento das nuvens, parece ganhar mais misticismo. Paragem técnica, com bebida e alheira no “Cantinho dos avós”. Há uma guitarra, há guitarrista, acordes soltos tornam o ambiente “nosso”. Que belo fim-de-dia. A dormida é em Figueira de Castelo Rodrigo. Recepção acolhedora na “Residencial Arco-Íris”. Tomas um banho daqueles e sais. O corpo está todo ele relaxado, confortado pelo calor do corpo e roupa lavada. A vila é calma e o passeio a pé alivia-te as articulações. Bacalhau farto no jantar por ali. O nosso apoio, as 2 Lilianas chegam. A alegria da partilha começa aí. Estamos bem e prontos para uma etapa conjunta e leve, amanhã. No dia seguinte levantas-te descontraidamente e após logística de reposicionamento do grupo, estás em Castelo Mendo, a +/- 50Km do C.Rodrigo, pronto para a última etapa deste fds. O almoço pré-preparado pela pedragrega sabe-te pela vida. E surpreende pela variedade dos alimentos. O trilho começa então após subida leve de estrada e desenvolve-se fácil pelo campos fora, num incrível planalto, sobranceiro ao Côa. As searas penteadas pelo vento têm umas cores incríveis. O tempo corre devagar para este dia de 20Km. Há tempo para parar junto a uma capela perdida no alto, a contemplar as vistas e trautear estórias. É tempo de banho. O Côa novamente. Relaxe total. Ao dia apetece tirar fotos, muitas fotos. Uma cobra de água move-se à superfície da água com a cabeça erguida e assustada pelo nosso tumulto. Sobes a Almeida e contemplas outra vista, outra vez magnífica. Duche de água potentíssimo na residencial “A muralha” e o Pôr-do-Sol romântico, quase não visto do cimo da muralha. Jantar e acesa discussão sobre religião em tasco intra-muralhas. Regresso descontraído aos aposentos. Domingo chove. Já não tens de pedalar. O objectivo do dia é visita a Celorico… da Beira e repasto no “Escorropicha Ana” em Carrapichana. Que delícia de cabrito. Opinião unânime. Servido na telha, tanto assado como grelhado. As sobremesas são tão chamativas que no fim, mais olhos que barriga, ainda sobra nos pratos. Regressas a casa cansado mas com aquela satisfação de teres encontrado mais uma mão cheia de mágicos momentos.

domingo, 10 de junho de 2007

Etapa 3: Castelo Mendo - Almeida

(via telemóvel, in loco)
Hoje somos 6 a pedalar. O dia está 5 estrelas para tudo. A paisagem continua a surpreender. Que cores, que cheiros por este planalto que parece näo terminar. Temos ainda tempo, muito tempo para um mergulho no Côa. A subida para Almeida, uma das poucas do dia, é mais sentida pela forte inclinação. Chegamos todos muito bem e muito satisfeitos.Os 20 Km de hoje contrastan com os 50 de cada um dos outros 2 dias. Vimos uma cobra de água.Temos comido muito mas mesmo muito. Li: gostei do meu teste de colesterol; João:quiche d'ervilhas; Lagarto:qdo te calaste; Litus:ter comprado a escova de dentes; Hugo:ver as meninas subirem à minha frente cheias de força; Paulo: nós!

sábado, 9 de junho de 2007

Etapa 2: Mêda-Marialva-Castelo Rodrigo

(via telemóvel, in loco)
...e näo é q adormeci ontem! Hoje chegamos à rota.Marialva é majestosa e tem umas vistas sem fim. A rota está mal marcada mas leva.nos por paisagens de filme.houv 1 furo, estamos muito cansados mas encantados com tanta paisagem e pessoas genuínas. O vale em coa é nas entranhas da terra, há que descer e depois penar a subida. Queríamos chegar a Almeida, näo fazíamos idéia da dificuldade destes lugares. Hoje já temos o nosso precioso apoio. Estamos a dormir em Figueira de Castelo Rodrigo. Que belo Portugal este nosso!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Etapa 1: Pocinho - VNF Coa - Castelo Melhor - Muxagata... Mêda

(via telemóvel, in loco)
Mas que é isto? Portugal? Que paisagens estas do Douro que sempre me encanta! O dia começa bem cedo, às 6h já estamos a pé. Apanhamos o comboio para o Pocinho mesmo já quase a sair de campanha. A Linha do douro é um luxo. Mas vou resumir que estou com muito sono. saímos do Pocinho em cima da bicicleta.VNFcoa passamos só. descida até ao coa para subida logo de seguida. já está calor abrasador. Castelo Melhor. Visita as gravuras. Reformulaçao de planos. 1h de banho no coa. subida pelo meio de vinhos da ramos sinto...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Grande Rota das Aldeias Históricas

GR22

Ora pois bem. De uma forma bastante menos planeada e seguramente menos ponderada também, estão asseguradas as condições mínimas para o início de uma nova aventura. É já amanhã. Vamos fazer de BTT parte da GR22, a Grande Rota das Aldeias Históricas, que no total tem cerca de 540Km. Começamos aqui no Porto, tentanto o transporte das bicicletas no comboio. O plano é rumar ao Pocinho, pela panorâmica linha do Douro e depois subir, subir muito até lá cima ao planalto transmontano, de encontro à GR22 que ainda fica longe... Não vou adiantar pormenores. Vou antes tentar actualizar as estapas de cada dia sempre que possível.


domingo, 3 de junho de 2007

Uma visita muito especial



Descobre as semelhanças:


Não, não houve qualquer foto montagem, nem manipulação de cenários. É mesmo verdade, o Yusto, nosso ex-guia assistente do Kilimanjaro e agora amigo, está cá em Portugal, de propóstio, para nos visitar. Um fim-de-semana fantástico passado com este sempre bem-disposto Tanzaniano, a recordar, com bastantes gargalhadas as peripécias da montanha. Um regresso à Croft e respectiva prova, uma animada performance de capoeira em pleno cais de gaia, com aquela vista fantástica do Porto e as conversas amenas de uma tarde envergonhada de verão pela frescura que ainda se faz sentir, mas contudo solarenga, tornaram-se um bom mágico momento, uma vez mais. Mas a juntar ao reencontro não expectável, foi também o “Serralves em festa” que há umas poucas horas terminou. Sábado à noite, com aquela animação fabulosa, em crescendo com o evoluir das horas e, Domingo melhor ainda para o Yusto, já que não o acompanhamos nessa tarde e esteve por sua conta e risco, por lá. Dez performances assistidas, entre concertos, teatro e até participação numa “curta-metragem”, brindes ganhos, cervejas oferecidas e amigos e amigas, entre muita simpatia das pessoas, são palavras e estórias que leva na alma, deste fim-de-semana em grande proporcionado pela magnífica Fundação Serralves. No final do dia estava eufórico e vimo-lo ainda, de verdade, projectado numa das paredes do museu, projectado nessa tal curta-metragem feita com os visitantes desta Festa. Fica ainda a admiração e o alívio de que, por cá, ao contrário de Espanha, toda a gente fala inglês! “Entendem-me perfeitamente e toda a gente me ajudou, sem problemas, sempre que perguntava alguma coisa.” Que grande país nós temos, que grande cidade onde vivemos, que grandes amigos estes que nos rodeiam!