sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Queijos

Queijos. Gosto, gosto muito de queijos. De todos sem exceção. Brancos e macios,  frescos, aromatizados, azuis, duros, de pasta mole, nacionais ou exóticos. Os clássicos acompanham-me e tenho-os sempre por perto. O minhoto e tão típico queijo Limiano é ótimo. De textura uniforme e paladar macio, dá corpo a uma boa tosta mista ou cobre lindamente uma requintada francesinha. Às fatias fininhas, como agora se vende, ou então cortado em casa, com uma faca, em fatias generosas, a acompanhar um pedaço de marmelada. Que belo lanche. Na mesma categoria, o Terra Nostra dos Açores. Igualmente suave, mas mais macio ainda. De sabor agradável, é um queijo que gosto também. Agora que fui aos Açores recordar o pasto, o gado e a abundância do laticínio, parece que me sabe ainda melhor. Será possível? Das ilhas chegam-nos ainda dois outros queijos sublimes. O queijo S. Jorge DOP com intenso paladar picante, um bouquet claro e uma textura dura, mas quebradiça. Um orgulho das ilhas, um icone nacional. E o queijo S. Miguel, mais macio um pouco, mas ainda assim com um paladar generoso. Não resisti e na despedida de S. Miguel, passamos pelo "Rei dos Queijos" em Ponta Delgada, entramos na loja, já com água na boca tal era o cheiro no ar, provámos cada um dos que pedimos e lá trouxemos um naco de cada um dos dois, cortados no momento, de cada um dos enormes cilindros que fazem a unidade. Mas queijo, queijo, é o Queijo da Serra. Serra da Estrela leia-se. Feito com leite de ovelhas Bordaleira. Alimentando-se de ervas, flores e plantas selvagens, as ovelhas conferem ao leite e consequentemente ao queijo uma acidez suave com a doçura de caramelo, coagulhada numa maleável, cremosa e voluptosa pasta amarela. Uma delícia e um prazer. Acompanhado de um bom vinho então, aí está. Um dos prazeres desta vida. Mas e lá fora? Quanta variedade. França o eterno reino dos queijos. Afirma ter tantos quantos os dias do ano. Assim era há uns anos. Hoje certamente já serão mais. São muito gulosos estes fromages que nos chegam de França. Gosto particularmente de três. O Camembert de Normandie, produzido com leite cru, com um paladar frutado e um ligeiro aroma a cogumelos. Gosto do Camembert quando é cremososo a suculento, tal como os locais o apreciam. Depois o Roquefort, esse queijo bolorento, produto fruto do acaso, que ou se adora ou se detesta. Eu gosto, gosto muito. Em pouca quantidade, como sobremesa, por cima de um pão estaladiço, hummm, que delícia. E finalmente o Saint Nectaire, um dos grandes queijos franceses. Feito com leite de vaca oriundo dos ricos, luxuriantes e perfumados pastos vulcânicos das terras altas de Auvergne, apresenta um acentuado paladar a noz e leite. O pungente aroma a palha e cogumelos conferem-se o rótulo gourmet bem merecido. Pena é não lhe termos acesso cá. Apenas o provei oriundo da fonte, vindo diretamente de Clermont Ferrand. Cá não o encontrei ainda. Mas gostar, gosto muito é de uma boa tábua de queijos, para prova, à descrição. Um luxo. Um prazer. Por tudo isto gosto, gosto muito de queijos.


Camembert

Roquefort
Saint Nectaire

Queijo da Serra
Excelente livro que gosto.  Já faz parte da minha biblioteca.


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